CASO 1
- Maria Mulher
- 20 anos
- Solteira
- Mãe
- Sem profissão
- Delinquente potencial
- Reclusa à seis meses
Ela é uma jovem com boa aparência física, roupas normais, pintura suave.
A sua paixão é, ao mesmo tempo, agradar e destruir. Como uma ave de rapina, arrasta os animais (ou é arrastada) para uma relação mortífera iniciando-os na droga e conduzindo-os a eles, e a si própria, a uma progressiva degradação.
Este caso teve para nós o sabor da novidade e compreendemos que, para esta jovem, a pena não tinha, de modo algum, valor de intimidação, muito pelo contrário, confirma-se a sua revolta e no sentimento de que foi injustamente perseguida.
O facto de ser presa, leva-a a agravar o seu ódio e rejeição ao social.
Ela é uma jovem que contesta a sociedade em que vive.
A sua família é de nível socioeconómico razoável e é filha de pais unidos. Por vezes entendia-se mal com os pais. Tentou as drogas e os frutos para os quais era muito hábil.
Iniciou-se no pequeno grupo da malta, alargando depois a sua acção a grupos mais especializados, quer no que respeita ao furto e à droga e ao tráfico da mesma.
- PORQUÊ?
Nós não compreendemos nada, apenas compreendemos que existe uma procura de prazer e que, quando se esgotam todos os gozos, apenas subsiste o prazer da droga e talvez do diferente.
Pareceu-nos que a droga, o tráfico e o furto, não são um fim em si mesmo para Maria Mulher, mas antes um meio. Ela quer obter tudo imediatamente rejeitando o consenso sociocultural em que vive e que a revolta profundamente. Mas ao fazê-lo é vítima de si mesma e de uma ilusão terrível. Por meio da toxicomania, ela não resolve os seus problemas, pois em vez disso, acaba por os adiar e camuflar.
Jamais a droga libertará do peso da sociedade e daquilo que ela não suporta.
Neste contexto, que podemos nós dizer mais e que podemos nós fazer???...